A corrupção está viva, muito activa e, desgraçadamente, já gastou mais dinheiro, nos últimos anos, quando o objectivo principal, segundo o novo presidente, era o de arrecadar, os milhões na posse dos corruptos do seu partido, a quem apelidou de marimbondos.
Por William Tonet
Agostinho Neto, que comemorará aniversário e surge como ídolo de uma parte dos angolanos do MPLA, não está imune as críticas de corrupção, no seu consulado, ao instituir as lojas do povo e as lojas dos dirigentes, tanto assim é que corre notícia, vinda da Suíça de o seu genro mais velho, o economista Carlos São Vicente ter visto congelada, uma conta desde 2018, de 900 milhões de Euros, sem justificativa, plausível.
Pelos vistos, para o novo paradigma a corrupção do clã Neto não é corrupção é roubalheira, logo, amnistiada.
A fenda é gigantesca e a maioria tem impressões digitais, de tal monta que o MPLA foi, pelo seu novo líder, equiparado, a pequenez, de uma quadrilha de delinquentes, ladrões e corruptos, que delapidam, para fins particulares, as finanças do Estado faz 45 anos.
Foram e são estes milhões e milhões atirados para as calendas gregas, orgias, traições e, uns poucos, investimentos geradores de emprego, que levaram o país a bancarrota.
Uma solução inteligente seria, a moralização do Estado, através de um Pacto de Regime, unindo o país para a grande tarefa de se encontrar uma fórmula para estancar o mal e não um homem, sozinho, decidir colocar-se como Dom Quixote chamando a si, algo tão transcendental, como o combate à corrupção transversal a todos, todos dirigentes do MPLA.
Infelizmente, a ladainha de um combate aos crimes de corrupção, não passa de mais uma falácia de uma luta selectiva, entre camaradas do mesmo partido, agora liderado por João Lourenço, que ameaçando tudo e todos, impõe a política do medo.
Nenhum país combate a corrupção instaurando a cultura do medo, da perseguição exclusiva aos adversários, através de leis corruptas e magistrados corruptos.
A corrupção é combatida com a implantação de uma nova ética, leis novas, moralização dos agentes públicos, da administração do Estado e de um envolvimento dos próprios corruptos, através de penalizações de dupla tributação ou seja, trocar o cárcere, por investimentos, geradores de empregos, educação, saúde, capazes de uma mais eficaz devolução do delapidado ao Estado, com a garantia de estabilidade social, com o fomento e estabilidade empregatícia.
Tendo optado pelo contrário, com menos de meia dúzia presos, aumentou o desemprego, o encerramento da economia, a fome, a miséria, mas, também, o aumento do roubo, nas grandes e pequenas obras, com a agravante dos paladinos dessa luta estarem a ser acusados de, em menos de três anos, terem desbaratado mais de metade; três mil milhões e oitocentos milhões de dólares, dos cinco mil milhões que tinha o Fundo Soberano.
A verba foi alocada em investimentos pífios, sem retorno e com fins eleitorais, significando, ter, hoje, Angola, menos capacidade de enfrentar, um eventual, bloqueio, sanções económicas ou longa crise.
COLONIZAÇÃO ECONÓMICA
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, deu, voluntária ou involuntariamente o mote para, no curto prazo, o angolano ter vergonha de se considerar cidadão, ao ver a economia (pequena, média e grande) desfilar, na mão de estrangeiros.
Não sou chauvinista!
Defendo a regulação!
Hoje, grande parte da população activa sente-se escrava, quer pela petulância de alguns estrangeiros, como dos míseros salários e condições reservadas aos autóctones, com o beneplácito do Executivo, que colocou em vigor uma Lei Geral do Trabalho, que defende mais o empregador e penaliza, em toda extensão, o empregado.
Não defendo uma Lei do Trabalho comunista, mas nego-me a aceitar uma lei, com o nome de Trabalho, mas seja, na realidade, uma Lei Geral do Empregador, com latitude, para o estrangeiro, discriminar, praticar o racismo, humilhar e escravizar.
Um país subdesenvolvido, principalmente, africano não deve embarcar na lógica neoliberal ocidental de menos Estado e mais privados (de preferência estrangeiros), na economia, sob o risco de colocar em causa a própria soberania.
Não sou chauvinista, mas considero um crime, um Presidente da República, “escancarar a sua soberania” para agradar ao capital internacional, sempre mais preocupado com o lucro financeiro, do que com o futuro dos autóctones angolanos.
Hoje o sector alimentar, retalhista, grossista e cantinas, estão em mais de 90%, nas mãos de portugueses, libaneses, indianos, malianos, mauritanos, turcos, chineses, vietnamitas, etc., seguindo-se o dos medicamentos, em 95%, das águas, em 93% e por aí adiante.
Esta comunidade empresarial forte financeiramente, com o apoio dos bancos comerciais e sub-reptício dos governos dos respectivos países, controla, também, um grande sector imobiliário e de terras férteis, havendo já, grandes latifundiários.
Se é avisada ou não, a colocação da economia em mãos externas, o futuro responderá, bem como o de haver um laço em comum entre a maioria: religião muçulmana, que se vai expandir, rapidamente, no país, uma vez os milhões e milhões de dólares e euros, das muitas monarquias árabes, asiáticas e ocidentais, não medirem forças, para à curto prazo, o projecto de expansão e colonização económica-religiosa se efectivar.
Não havendo uma estratégia realista, por parte de João Lourenço e equipa económica, para municiar, com créditos bonificados, empreendedores angolanos, o seu enfraquecimento é um crime contra a soberania do país.
O que ocorre, actualmente, é deplorável, pois muitas das más decisões económicas derivam da “birra” dos dois pesos pesados do MPLA: presidente emérito e presidente, com consequências nefastas para a maioria dos angolanos, mas de agrado ao ocidente, do qual se tornou refém.
Hoje o país definha, sem economia, com preços altos, fome, miséria, desemprego, falta de liberdade e sonho por um futuro melhor, quando com uma política mais avisada e higiene intelectual de liderança, poderíamos estar melhor, muito melhor.
A pergunta que se impõe, neste momento dramático é: que empreendedores económicos e liberdade de expressão, o partido no poder quer, quando concentrando todo o poder, coloca algemas, até no pouco que resta da imprensa privada, na lógica da expressão sem liberdade.
É bom rememorar Madeleine Albright, nascida na República Checa, perseguida por ser de esquerda e que foi secretária de Estado do 1.º governo Clinton, na sua obra FASCISMO (2018), pag.º 233: “Há dois tipos de fascistas: os que dão ordem e os que obedecem a elas. Uma base popular confere ao fascismo, o ritmo necessário para marchar, o fôlego para gritar e a força para ameaçar, mas isso é só a sua manifestação mais física, para transformar medos e esperanças de gentes como em tirania é preciso dinheiro”.
Eu leio, estudo os fenómenos, por amor ao país e a constatação de todos quanto tenham higiene intelectual é da situação estar muito mal, ainda que os relatórios e campanha falaciosa diga o inverso.
O combate à corrupção foi e continuará a ser um fiasco, se nada for feito para estancar os enormes prejuízos, tudo por não haver uma estratégia, capaz de suplantar o ódio e humilhação dos adversários.
A empreitada é hercúlea, para retirar Angola do precipício onde foi colocada pelo MPLA, mas hoje, todos os intelectuais, forças políticas deveriam estabelecer um Pacto de Regime, para tirar o país do precipício, devolvendo-a na estabilidade sócio-económica, de que tanto carece.